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30 julho 2013

Lenda de Afrodite


Afrodite é uma das mais antigas deusas gregas. Sua origem remonta à deusa semítica Ishtar da Mesopotâmia, Astarte, na Síria e na Fenícia e Milila da Babilônia.

O culto desta divindade oriental foi levado para a Grécia através de marinheiros e mercadores e na mitologia, seu nascimento está ligado à lenda que, duas gerações depois, levaria Zeus ao trono do Olimpo.

Durante tempos incontáveis, Urano, o Céu, obrigou Gaia, a Terra, sua esposa, a dar à luz deuses, Titãs, Ciclopes e Gigantes. Entretanto, não amava os seres que concebia, pelo contrário, os odiava e os encerrava sob terra, condenando-os a jamais ver a luz.

Cansada da loucura do marido, Gaia planejou sua vingança, aliada ao mais jovem dos Titãs, seu filho Saturno, ou Cronos, o Tempo. O jovem odiava o pai e aceitou prontamente a missão, assim como a arma que lhe foi dada, uma foice.

Certa noite, quando mais uma vez Urano descera à Terra para fecundar-lhe, Saturno aproximou-se em silêncio e cortou-lhe os testículos com um só golpe, atirando-os ao mar. Assim o impediria de continuar fertilizando Gaia.

Entretanto, o sangue de deus jorrou sobre a terra, fazendo nascer as Erínias, ou Fúrias, deusas da vingança que passariam a ajudar Hades, senhor do reino dos mortos, a castigar os piores criminosos.

Mas não foi apenas o mal que resultou do crime de Saturno. Da espuma formada pelos órgãos atirados ao mar nasceria a mais bela das deusas, Afrodite.

Algumas lendas, porém, contam que seria filha de Júpiter e Dionéia. A jovem foi primeiramente levada à Ilha de Cítera e em seguida a Chipre, onde chegou à praia sobre enorme concha de madrepérola, impulsionada pelos zéfiros. Ali, a esperavam as Horas, que a vestiram e levaram para o Olimpo. Os deuses, admirados, nunca haviam visto beleza semelhante. Por causa de sua origem, Afrodite também é chamada pelos helênicos de Citeréia ou ainda Cipris, do nome da ilha em que é honrada.

Largamente cultuada na antiguidade, tinha templos em Páfis, Amatúsia e Idália, além de ser adorada em cidades como Corinto e Sicília. Em Roma, se tornou conhecida com o nome de Vênus.Nos primórdios de seu culto, Afrodite era vista como a deusa do instinto da fecundidade, agindo em humanos, animais e vegetais. Os gregos a viam como difusora do elemento úmido, causa de toda a fecundidade da natureza.

Assim, a chuva da primavera era enviada por Afrodite, tornando a terra fecunda. Somente mais tarde Vênus se tornaria a deusa do amor. E se, a princípio, personificava unicamente o amor elevado e puro, logo se tornou símbolo de todos os aspectos amorosos, recebendo vários epítetos, como Afrodite Pândemos, deusa do amor sensual, Afrodite Nínfia, ou Vênux Genitrix, protetora dos casamentos e Afrodite Urânia, representante do amor nobre.Tantos encantos tinha Afrodite, que somente três dos deuses olímpicos não foram por ela seduzidos.

Segundo Homero, Atena (Minerva), Ártemis (Diana), e Héstia (Vesta), não obedeceram a suas leis. Eram justamente estas três deusas que representavam a arte, o lar e a honra, virtudes que, para os gregos, eram imprescindíveis para a manutenção da ordem da Polis.Afrodite abençoou amores impossíveis, como de Pigmaleão, que se apaixonou por uma estátua de mármore, tornada viva pela deusa, e causou paixões trágicas, como a de Páris e Helena de Tróia.

Mas Vênus também foi flechada pelo Cupido.Conta a lenda que a princesa Mirra, filha do Rei de Chipre, Cíniras, desprezava o culto à deusa. Afrontada, Afrodite decidiu vingar-se incutindo na jovem um intenso desejo pelo próprio pai. E apesar de ter conseguido realizar seu amor, Mirra foi descoberta e ameaçada de morte pelo rei. A princesa conseguiu fugir, mas levava um filho no ventre.Quando viu o menino, Vênus ficou encantada por sua beleza, tomando-o como amante logo que se tornou um homem. O afeto que sentia pelo rapaz despertou o ciúme de Marte, outro amante da deusa.

Planejando uma vingança, o deus inspirou em Adonis o amor pela caça. E mesmo alertado por Afrodite, que pressentia a ira de Marte, para tomar cuidado com animais selvagens, acabou sendo morto durante uma caçada.

De seu sangue nasceu a anêmona, flor de vida curta, mas que é a primeira a surgir na Primavera. A partir de então, Vênus passou a cobrir-se de luto durante o Outono e o Inverno, só voltando a distribuir seus encantos com a chegada da Primavera.Artistas de todos os tempos viram no mito de Afrodite o desafio de perpetuar a forma feminina perfeita. Dentre as obras mais célebres em homenagem à deusa estão a Vênus de Milo, descoberta em 1820 na Ilha de Melos e exposta no Museu do Louvre e O Nascimento de Vênus, de Botticelli.

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